CONFLITOS
Quando a instabilidade achou conveniente me acalmar
Eu vi o sol raiar na adolescência do anoitecer
E foi efervescente me prender pelo que estava a me libertar
Como se toneladas a plainar subissem por meio do descer!
É como se de sede morresse o chão durante a chuva
Qual sinuosa curva, querendo me obrigar a um traçado reto
Uma espécie de relento munido de teto, uma entrega na fuga
Uma sensação viúva de que o vazio me deixou repleto!
Nesse momento eu me sinto a própria insensibilidade
E acho a fronteira da imensidade na covardia que me encoraja
Onde inexisto para que haja, onde me reduzo para ter totalidade
Onde adquiro paredes e grade, antes que o desespero reaja!
Isso porque já se faz tarde para dizer que ainda é cedo
E a valentia desse medo é heroína quando foge do alto risco
Eu sou aquele velho disco que toca o som do novo enredo
Eu sou aquele favo azedo, que ama calado, porém ninguém vê isso!
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