CONFLITOS

Quando a instabilidade achou conveniente me acalmar

Eu vi o sol raiar na adolescência do anoitecer

E foi efervescente me prender pelo que estava a me libertar

Como se toneladas a plainar subissem por meio do descer!

É como se de sede morresse o chão durante a chuva

Qual sinuosa curva, querendo me obrigar a um traçado reto

Uma espécie de relento munido de teto, uma entrega na fuga

Uma sensação viúva de que o vazio me deixou repleto!

Nesse momento eu me sinto a própria insensibilidade

E acho a fronteira da imensidade na covardia que me encoraja

Onde inexisto para que haja, onde me reduzo para ter totalidade

Onde adquiro paredes e grade, antes que o desespero reaja!

Isso porque já se faz tarde para dizer que ainda é cedo

E a valentia desse medo é heroína quando foge do alto risco

Eu sou aquele velho disco que toca o som do novo enredo

Eu sou aquele favo azedo, que ama calado, porém ninguém vê isso!

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 09/06/2010
Reeditado em 10/06/2010
Código do texto: T2309369
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