CARNIÇA
E este cheiro de podre
Pairando no ar,
Sufocante,
Quase não consigo respirar;
Traz a lembrança de
Uma vida sofrida,
E uma morte que
Relembra a vida.
Vejo as moscas
Cobrindo o corpo,
Depois gusanos
Consumirem a carne,
Urubus que
Destroçam entranhas;
E ao pó
-tudo que vive-
volta.
Estás morto e
Nada mais te importa,
Nem o seu cheiro
Que tanto me incomoda.
Estavas condenado
Desde menino,
A ignorância foi o seu
Cruel assassino.
O8/06/05