POR TRÁS DA PORTA
Quando o amor bate a porta
no peito brota imenso vazio
doloroso; nada mais importa
a mente quente; o quarto frio
Quanto o amor bate a porta
os olhos viram poça d'água
represa que abre a comporta
espraiando um tanto de mágoa
Quando o amor a porta bate
a alma se entrega em abate
o corpo, tenso, põe-se a vagar
Se essa fatalidade acontece
o ser não mais vive; padece
por trás dessa porta a chorar
(Lena Ferreira)