Negro mar.
Quando perco o sono,
Sei que é hora de compor,
Esse mar negro pintado pela madrugada
Rabiscado pelas luzes de navios ancorados,
Lua e pequenos barcos.
Essa calmaria me assusta
Essa liberdade trava minha alforria
Do livre viver à espera do sono
Onde o jardim velho castigado pelo sol.
Vegeta de amores esperando o girrasol.
Durante o dia a cidade grande
Violenta de prazer
Traz os espinhos e as flores
Onde cada um escolhe o que na vida
Quer ser.Se eu pudesse eu esconderia
Até a minha vontade de viver
Só para sair à noite
E olhar o mar negro rabiscado
Pela lua e por mim
Concedendo todos os sonhos
E a liberdade de viver assim.
Debora Moreno