Cores de um engano
Bege era o meu rosto ao deparar- me
com aquela imagem,
Ela, ao carregar as poucas roupas
e dizer um triste adeus.
Eu incrédulo
paralizado, sem palavras.
Que mal havia feito?
Será que não tinha amado o suficiente?
Verdes eram os olhos que me fitavam,
o último olhar, cheio de lágrimas.
Nada fiz.
Permaneci imóvel.
Não vá!
Era o que eu queria dizer,
mas não pude.
A dor não deixava.
Branco era a ausência,
perceber que a tinha deixado ir
sem ao menos saber o motivo.
Senti um vazio ,
a dor me consumia.
Como posso viver sem ela?
Estava tonto
As cores se misturavam á minha frente.
Perdir os sentidos.
Encontrei-me em pura loucura e desilusão.
A vida que existia em mim
tinha passado por aquela porta.
Eu gritava
Volta!
E nada retornava,
a não ser o eco da minha voz
no vento entre os tons marrom e esverdeado das árvores.
Desiludido, eu
avistei o remédio para as minha dores
Pratiado.
Brilhava como se quizesse ser visto.
Minhas mãos amarelas tremiam
ao segura-lo e volta-lo conta mim
Vermelho era o sangue
que escorria do meu peito perfurado.
A dor que sentia da perda da amada
ainda era maior do que da morte.
Roxo era o meu corpo
frio como a branca neve de dezembro
O rosado do meu rosto
não existia mais.
Meus olhos duros e secos
definhava ao poucos
Não sentia mais dor
Só persistia um único pensamento
Ela
E no meu triste fim.
Entre um olhar turvo e embaraçado.
La estava ela.
Que ao me ver morrendo,
segurou-me a chorar.
Lembro-me bem daquele rosto
foi a última imagem que vi.
Morri,
mas fui amado
Ainda me resta um pouco de esperança.
Um dia a encontrarei
No final de um arco-iris.