O sentimento chamado (des)amor
“No calar da noite, a rua estava inabitável. Os passos assemelhavam-se aos toques precisos de um teclado. O ruído era doce! Minhas mãos aclamavam por calor, assim como meus olhos imploravam por um lenço. Era tarde demais”.
Ó, Brasa cruel!
Tão pulsante e sanguinária.
Insinuante, queimarás as minhas esperanças
De tal sorte que incinerarás aquelas lembranças.
Ó, Sentimento Insano!
Vermelho munido de um rubor intenso.
Beijarás as minhas volúpias
Assim como reinarás em meu Império Imenso.
Tens uma beleza que fascina
Corpo macio, charmoso, intocável
Cabelos negros que se derramam tenazmente sobre parte da pele
Perfume sereno, dócil, invejável.
Cobiça!
Desejo!
Chama que não apaga nem ilumina
Por que, vida? Seria tudo uma sina?
Cessem as divagações eternas!
Que este sentimento chamado Amor, agora, cale-se.
Eis que só me resta mais uma tentativa para curar-me desta cólera:
“Por favor, mais um Cálice!”