Morte
A vida escorre pelo ralo do banheiro.
O vidro brilhante mostra o corpo cansado,
Com a certeza de que nada vale a pena.
As coisas não tem mais gosto
Tudo perdeu o sentido!
Dentro do ármario se ouve um chamado
Brilha como espelho, afiada como navalha.
A doce lâmina acaricia seus pulsos
Escorrendo pelo dedos, tingindo-os de vermelho
Sentiu novamente prazer.
A sensação é maravilhosa
Se esvaindo do pobre corpo inérte.
Querendo sentir essa sensação por mais tempo
Luta para se manter de olhos abertos...
Não consegue...!
Os olhos estão pesados, como o peso do mundo
O corpo começa a adormecer.
O coração bate num compasso lento.
Está feliz por se achar de novo.
Delicia-se ao se entregar.
Em minutos é apenas um corpo seco
Gélido, inérte, inútil, podre.
Finalmente achou seu lugar
Que não era na vida mediocre aqui,
Mas sim, no além túmulo, onde está.
A vida escorre pelo ralo do banheiro.