Morte

A vida escorre pelo ralo do banheiro.

O vidro brilhante mostra o corpo cansado,

Com a certeza de que nada vale a pena.

As coisas não tem mais gosto

Tudo perdeu o sentido!

Dentro do ármario se ouve um chamado

Brilha como espelho, afiada como navalha.

A doce lâmina acaricia seus pulsos

Escorrendo pelo dedos, tingindo-os de vermelho

Sentiu novamente prazer.

A sensação é maravilhosa

Se esvaindo do pobre corpo inérte.

Querendo sentir essa sensação por mais tempo

Luta para se manter de olhos abertos...

Não consegue...!

Os olhos estão pesados, como o peso do mundo

O corpo começa a adormecer.

O coração bate num compasso lento.

Está feliz por se achar de novo.

Delicia-se ao se entregar.

Em minutos é apenas um corpo seco

Gélido, inérte, inútil, podre.

Finalmente achou seu lugar

Que não era na vida mediocre aqui,

Mas sim, no além túmulo, onde está.

A vida escorre pelo ralo do banheiro.

Lady Charisthy
Enviado por Lady Charisthy em 15/05/2010
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