Harakiri
Desgraçada desta minh'alma que teima em sofrer
dias e noites
afastando-me de Deus sem limites
afrontando meus caminhos serenos, meus entardeceres...
Desgraçada e suja qual meu coração embriagado de espera
d'uma espera que se finda a cada instante
que faz-me menina, novamente...
que, em sí, sinceramente, espera um morto...
Um amor tão morto quanto os sonhos
os ideais que teimo não merecer
a vida, apartada e delirante,
chagada por tantos danos de amor...
Diz-me, rispidamente, se és tu
e se não és aquele por quem espero, digo adeus
mesmo morrendo entre teus dedos
em tua boca que fala-me tantas falsas conjurações,,,
Antes, mata-me rapidamente
cala-me para sempre
antes que seja eu obrigada a tal gesto profano...
Não perdoaria-me meu Deus...
Nunca...