Corrosão

A ferrugem corrói
o brilho das superfícies
as dobradiças da porta
a tranca da janela
os pregos e parafusos.

Corrói lentamente
minhas idéias mofadas
meus conceitos empoeirados
meus sonhos confusos.

Em meus cabelos
despontam fios brancos.
A pele do meu rosto começa a
exibir as marcas do tempo.
A intempérie desgasta
cruelmente minhas estruturas.

Aos poucos tudo se dissolve,
se consome, se desintegra
no porão escuro do passado.

Tudo tende a virar
óxido, pó, cinzas
e nos agarramos às coisas
como se fossem eternas.

A areia da ampulheta
escoa, grão a grão.
A corrosão avança
átomo a átomo,
tudo se desagrega
lentamente,
sem parar.

28/03/02
Weverton Fonseca
Enviado por Weverton Fonseca em 13/05/2010
Reeditado em 14/06/2010
Código do texto: T2255749
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