Desilusão
Debalde foi a minha sina
Meu canto de trágica elegia,
Morri aos pés da menina,
Morta em sua vaga agonia!
E eu queria ao peito juntá-la,
Beijar a fronte adormecida
Juro a Deus!Voltar a amá-la
E dar-te de volta a tua vida!...
Morreu!Na flor da tenra idade,
De amor ela nunca sofreu;
E naquele peito a boa mocidade,
Como flor murcha feneceu...
Eu ainda me lembro dela,
Beijando a rosa cálida
Era um anjo! Mulher tão bela
De face fria e pálida...
Ai de mim! Que amava só
Nas noites insanas essa mulher
Ela agora voltará ao pó
Sem me dar um beijo sequer!
Iludi!A minha mente vaga e vazia
Neste ideal de santo amor
E ouvi dos pássaros- a sinfonia
Da partida e da sagrada dor...
Ainda assim eu imagino,
Aqueles olhos cheios de negrume,
A fitar-me como menino,
E dos cabelos um suave perfume!
Que embriagante aroma ela tinha,
Dos campos e das flores silvestres
E eu jurei ter aquela mão a minha
A sombra dos retorcidos ciprestes!
Agora perto de tua lápide fria,
Derramo o meu pranto enlutecido,
E ainda me lembrarei que sorria
Comigo neste leito tão escurecido!