Desilusão

Debalde foi a minha sina

Meu canto de trágica elegia,

Morri aos pés da menina,

Morta em sua vaga agonia!

E eu queria ao peito juntá-la,

Beijar a fronte adormecida

Juro a Deus!Voltar a amá-la

E dar-te de volta a tua vida!...

Morreu!Na flor da tenra idade,

De amor ela nunca sofreu;

E naquele peito a boa mocidade,

Como flor murcha feneceu...

Eu ainda me lembro dela,

Beijando a rosa cálida

Era um anjo! Mulher tão bela

De face fria e pálida...

Ai de mim! Que amava só

Nas noites insanas essa mulher

Ela agora voltará ao pó

Sem me dar um beijo sequer!

Iludi!A minha mente vaga e vazia

Neste ideal de santo amor

E ouvi dos pássaros- a sinfonia

Da partida e da sagrada dor...

Ainda assim eu imagino,

Aqueles olhos cheios de negrume,

A fitar-me como menino,

E dos cabelos um suave perfume!

Que embriagante aroma ela tinha,

Dos campos e das flores silvestres

E eu jurei ter aquela mão a minha

A sombra dos retorcidos ciprestes!

Agora perto de tua lápide fria,

Derramo o meu pranto enlutecido,

E ainda me lembrarei que sorria

Comigo neste leito tão escurecido!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 10/05/2010
Código do texto: T2247719
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