Avareza

 

Passado os dias de engano,

Imensas cobiças sem causa,

Dilúvio alto, e soberano,

E nostálgico, e sem pausa.

 

Este as lágrimas da face fria,

Refúgio do desejo morto,

Esperança extinta, e alegria,

Reatada em falso conforto.

 

E a lua das noites sem cor

Não mais beija a alvorada,

O oiro não brilha o amor,

É branco, e de paz desejada.

 

Penduram as regras certas

No núcleo de falsa verdade,

Findam as ambições incertas

A não se impor à vaidade.

 

A não se aplicar aos relógios

As horas por passar o tempo,

E por os fúteis necrológios

No finito do mesmo tempo.

 

(Poeta- Dolandmay)

 
Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 05/05/2010
Reeditado em 05/05/2010
Código do texto: T2239206
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