Engodo Cruel
No anfiteatro do mundo,
O homem é personagem de cordel,
Cada qual desempenha o seu papel
Numa peça fantasmagórica de teor imundo.
O enredo é o ritmo cotidiano
Em que o homem é o compositor,
Insere-se igualmente como ator
De um viver insalubre e profano.
O público aplaude entusiasticamente
O que julga ser sincero e fiel,
Mas que é pintado pela mão num pincel...
Ao final desvenda melancolicamente
Que foi ludibriado em sua arte
Para que uma elite o rosto estampasse!