A Donzela
"A vida dela tem sido
Como poeira debaixo de porta que
Nunca sabe quando alguém vai sair!"
Enquanto espera
Faz pena a coitada
Chora como condenada
Por saber que amada não era
E quase sempre fizera
Aquela mesma empreitada
Debaixo da porta empoeirada
Sair por aí não pudera
Mas um dia, à quimera,
Teve uma idéia, a danada:
“Vou sair por aí disfarçada
Fazer como fez a Bela”
Oh! Pequenina
Cheia de Sonhos
Mal sabia o que lhe esperava
Por um “deles” foi enganada
E por estar tão magoada
Apenas suspirava!
“Não quero mais sonhar”, dizia ela.
Pobre desgraçada!
Por causa dele se sentia um nada
Esquecendo-se que era uma Donzela.
De lá ela nunca mais saiu.
Com medo de sofrer de novo
Sua vida havia virado um ovo
E amor por alguém, não mais sentiu!