VIDA SECA
Como planta que murcha
pela seca a maltratar
assim vivo eu neste mundo
sem ninguém para me regar
Tentei saciar meu coração
com chuvas de ilusão
cada vez mais me sentia
num deserto de solidão
Fui perdendo minhas forças
deixei-me cair semimorta
num abismo de desesperança
onde nada mais importa
Presa neste tormento
sofrendo todos desenganos
inundo-me em minhas lágrimas
já não sei há quantos anos
Abandonada a este sofrimento
trancada na minha dor
bebo o suco do meu pranto
para saciar meu dissabor
Célia Jardim