Não sirvo pra você
De mim sua procura anda esquecida.
Do que fui não sirvo, do que sou não basta.
E vasta é a indiferença que de seu peito escorre,
enquanto me ajeito como quem ainda socorre
aquilo o que morre sem vista de cura.
Quando quer, sente-se segura.
Adentra meus espaços sem pedir licença.
Vasculha minha mente, joga fora o desejo.
Apaga minha luz por um mínimo lampejo,
e jamais saberei o que você pensa...
O que quer que eu faça soa como ofensa.
Eu fui feito para horas de um querer disponível...
como pode agir assim comigo, dessa maneira,
fazendo de brinquedo o amor de uma vida inteira
e desprezando esse achado por melhor recompensa?