Um coração de fera
Que passe o bonde e fique a saudade
Que estrile no peito sufocando a dor
Que já não sentida...mas aberta a ferida
Que não cicatriza por causa do amor
Que em sua plenipotência se obliterou...
Despediu-se às garras de um falcão
Que num só puxão!
Pra longe o levou... sem volta, sem perdão...
Agora grita Falcão!
Bom seria se soubésseis cantar...
Mesmo que triste melodia,
Consolarias um austero coração
Que já não sabe amar...
Que seu canto não se torne em lamento...Antes vá!!! Rasgue os céus e corte os ventos!
Traga-me a essência do sereno e os rastros do amor... e estarei à tua espera, como uma fera!
Destemida ao caçador...
E não venha no encalço... pra não se machucar...
As patas que acariciaram, te podem trucidar...
Louco!!! uma fera ferida não se deixa dominar!
É instintivamente livre!!! sem toca, sem rumo, sem apego...
Bicho arisco! pisa leve...não farfalha as folhas...
Se esquiva dos arbustos, sufoca seu gemido! pra não avisar...
Que um adeus dará a sua vida...castigo por tê-la seguido!
Em suas garras morrerás...
E quando inerte ao chão...suplicarás perdão...tarde demais...
Tendo como única resposta... O silêncio inexorável e fugaz...