ESSE SOFRIMENTO MATERNO

Amei-te quando ainda não eras,

dando mais que amor,

fazendo-me teu alimento.

E te levei em mim aonde ia

como levo meus pensamentos,

sentindo o que te emocionava,

cuidando para não sofreres

quando meu corpo era

teu próprio invólucro protetor.

Foram longos meses, tu em mim

como parte do meu todo

pois até tuas secreções

passaram a ser minhas também,

meu ser tornou-se teu universo.

Quando tu amadureceste,

de meu ventre se libertando,

sorri, multiplicando-me em mil

para desdobrar-me e cuidar de ti

porque tua fragilidade o exigia,

tua dependência total clamava.

Após tantos anos de sofrimento,

renúncias, noites em claro,

foi nisso que te transformaste?

Sou tua mãe, menino,

mesmo que já não sejas criança!

Eu não criei meu filho assim,

para as drogas. Levanta-te!!

Vamos para casa depressa,

vou cuidar novamente de ti

como o fiz sempre.

Dei-te a luz para ser um cidadão,

não um ente perdido nas drogas!

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 11/04/2010
Reeditado em 11/04/2010
Código do texto: T2190284
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