Labirinto interior
De repente nas noites mais improváveis
Vagando pelas madrugadas escuras,
Insone observa a cidade das alturas
Carregando as maldições mais implacáveis
Cheio de rancores observa e lamenta...
O vento carrega tormentos atrozes
As noites ficam cada vez mais algozes
A manhã é uma cortina sangrenta
Havia um sol escondendo tempestades
Andando por longas tardes de clamores
Com o coração repleto de horrores
Mesmo livre sentia o torpor das grades
Anda pelas noites tal leão sedento
De desejo num cálice derramado
Era um cárcere caminhar pelo prado
Sozinho ouvindo o sopro cruel do vento...
Tão de repente num soprar descrente
Tão logo a vida se reduz a dúvidas
E surgem jardins de rosas fúlgidas
Derramadas numa essência plangente
Na alma se formam imensos labirintos
Para sempre é andarilho de si mesmo
Vai varrendo as ruas num caminhar esmo
Por paredes de sentimentos extintos...