SOMBRAS
Desisto!...
Em nuvens inexistentes
ofereço o que restou
da minha mente.
Esqueço os sonhos...
Perambulo aleatoriamente,
andejo despida de desejos...
Olhar obscuro,
pensamentos escusos,
precipício escuro...
Perdi o rumo,
o prumo,
a bússola,
o horizonte
e a fonte...
Sequei,
amarguei,
desfolhei em esperas
que não se fizeram.
No olhar,
a partida despida...
Despedida,
dragão insolente
que expele
fogo da solidão
e arde sem sentido
queima a alma,
até nada restar...
Luz apagada,
no fim da estrada
sou sombra que ronda
e a mim mesmo
assombra...
2006