Úlcera
Ontem, chorei.
Chorei de pé.
Chorei sentada.
Chorei deitada.
Me contorci.
Tem uma ferida aberta dentro de mim.
Onde você está?
Essa chaga pulsa, pulsa, pulsa...
O pus dentro dela me inunda, inunda, inunda...
Com o amargor acre e doce da solidão
Do abandono....
Do desespero de ver escorrer por entre os dedos
Algo que pensei ter
E não tinha
Forças pra me levantar
Agora amanhã depois
Buraco negro sob meus pés
Vontade de me deixar engolir
Agora amanhã depois
Onde você está?
Ah...
Nunca aqui esteve
Onde estive?
Longe, longe de mim...
Enquanto estava perto, perto de ti...
E quem esteve comigo?