Desatino
Tarde demais e eu nem sabia
A Manhã subia lenta
E os olhos vazios da morena
Dançavam fora de tempo
Sua sombra na parede
Diminuta a cada instante
E uma nota dissonante
Na garganta do poeta
Meu coração pedra mó
Remoendo o desencanto
Acelerava o meu peito
De desventura e de espanto
Em cada canto uma história
Pedindo pra ser contada
E em cada conto uma conta
Que o desatino cobrava
Você sumiu tão depressa
Que antes que eu respirasse
Nem migalhas de perfume
No vento solto ficava
Ah se eu tivesse a viola
Era ela que chorava
Eu só fazia u'a cantata
Dessa vida violada