O final do que nem começou
Sou uma rua
Esquecida pelos governos
Sem árvores , sem asfalto , sem luz , sem nada
Sou um barco, abandonado ao léu
Sem amarras, sem âncora nem proa
Nem velas a serem içadas
Sou um espelho embolorado
Úmido e velho, quebrado
Ninguém, nem nada reflete em mim
Sou uma casa vazia
Sem tapete peludo e vermelho
Sem vaso de flôr na porta de entrada
Sem familia dentro dando risada
Sou um livro velho , antigo... Empoeirado , sem capa, largado
Desordenado, páginas rasgadas
Sem marcador a despencar na estante...
Abra-me e você vai ler uma história que não começou
E brutalmente se acabou...