Desalento
Acho que sou como as flores...
Quando açoitadas pelo vento
Que no limite das suas dores
Sentem no ar um desalento
Sem o perfume e sem as cores
De quem está sempre ao relento
Seja lá como tú fores
Seja qual for o teu intento
Aos santos os seus andores
Ao ímpio o seu tormento
Aos amados os seus amores
Ao solitário o seu lamento
Já no fim dos meus temores
Banalizo ao fugaz sofrimento
Às serenatas os seus cantores
Madrugadas, brumas, firmamento
Das amadas os meus dissabores
Nem mesmo flores como acalento...
Valdívio de Oliveira Correia Júnior, 27/03/2010