NÃO AMO, NÃO SOU AMADO
O vazio é um fardo.
É o nó que não desata.
A sensação do nada
que perdura.
Sinto-me vazio.
Vivo numa vida fria
de emoções ausentes,
e mesmo os dias de sol,
são dias pálidos
que se arrastam pelo tempo.
Afora minha condição paterna
ao meu lado não há ninguém
que me lembre do que é o amor.
Na mais paupérrima das situações
Não amo,
e não sou amado.
Às vezes me sinto tão só
quanto um punhado de areia no deserto.
A felicidade parece ter a mesma proximidade
do azul do céu que a tudo cobre.
As lembranças açoitam meus ombros
tal qual o vento cortante das noites intermináveis.
Meus maiores prazeres
estão nas passadas
de minhas corridas de rua,
e nas viagens que faço
em cada páginas dos livros que leio.
A verdade seja dita:
virei passageiro
de minha própria vida.
Deixei que a vontade alheia
seja a condutora
rumo à direção dum lugar
que não quero chegar.