ABISMO

O andar é lento...

Os meus olhos desaparecem fitando o horizonte...

As minhas mãos e o meu rosto sentem o vazio do ar no meu delirar...

Caminho mais um pouco, paro!...

Mais próximo do que isso é impossível...

Avisto um pássaro que esnobemente no penhasco, fica a planar...

Minhas pernas estão trêmulas, ...

Fixo a minha visão no abismo, sob os meus pés...

Coragem colada na emoção, num estranho desejo de se atirar...

Ave medíocre...

Ela não me ensinou a voar...

Acho que é muito alto e volto, não é hoje que eu vou me matar...

Vila Velha/Paraná - 1985.

Setedados
Enviado por Setedados em 21/03/2010
Reeditado em 31/05/2011
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