CASA VAZIA
CASA VAZIA
Um silêncio tumular
se impõe na casa vazia,
por onde a solidão
sobe e desce escadas todo o dia,
à espera do entardecer.
A alegria da natureza, escancarada no jardim,
dói como um nó pela garganta seca.
E a cadeira vaga na varanda,
à luz do sol é ainda mais vazia e muda.
Quem sabe a noite apagará as cores?!
E na ausência da luz se acalme o clamor
do peito curvado sob o passado inteiro.
E a escuridão generosamente encubra
os espaços agora vazios
onde a felicidade andou a passear.