ESCRAVA DAS DESILUSÕES


As lágrimas escorrem pela face amargurada
percorrem a noite até o tecer do dia
Perdida estás pelo seu eu apaixonada
que não permites enfim ser libertada

Profunda são tuas dores
quando desnuda implora as verdades
Tantos são os teus desamores
quando submissa revela suas intensidades

Ah menina, da brancura tímida
há tempos se foram os sorrisos abertos
Deixaram-te somente as marcas reprimidas
e a pele tatuada das feridas retidas

Dispersa em teus desatinos entregastes ao mar da desilusão
escrava, acorrentada em sua própria aspiração
Transpira o pranto deste seu solitário coração
que tristonho súplica teu próprio perdão

Será menina linda, que não vês tua imagem refletida?
Aprisionada em si mesmo, repele a ajuda oferecida
navegas nas trevas arduamente,
para não perceber a luz que se faz presente

Lhe rogo que enfim percebas que de ti é a própria navalha
que lhe corta os pulsos querendo não mais existir
Deixe que incendeie a guardada palha
Para que das cinzas possas novamente surgir

E então perceberás que a vida é mais
que encontros e despedidas
cicatrizes e feridas
Que cabe à nós o ir e vir e principalmente o se permitir...ser feliz!

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 16/03/2010
Código do texto: T2140719
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.