Pétala de Carvão
Pétala de carvão
Lá vem uma que esvoaça
Varre poeiras e falece
Nem com sentido esquece
Logo outra junto a ela
Passa
Que um raio lhe partisse
Era vista consolada
Nem que um golpe se visse
Era uma grande chatice
Estava imaculada
Vigilante da noite
Retrato de ocasião
Foste tu quem colheu
Esta pétala de carvão?
Que se pinta e se mata
Não atrai o curioso
Perfume é escasso
Colorindo este espaço
Em tom negro
Assombroso
Vai que te renego
Má fama me atrais tu
Filha do mal
A que chamo Belzebu
Foste companheira
Quando o vento te soprou
Varreste poeira
E nada restou
Foi asneira?
Ao pé de mim quem te encontrou?
Lacrima D’Oro