Tragédia Fatal

Atirei-me ao mar

num sofrimento sem fim

depois de um estopim

Nadei até a exaustão

até céu e mar se confundirem

até o horizonte monocromático

e quando as sensações se despedirem

ouvirei o silencioso mar sarcástico

A luz vai ficando turva

a vida espalhada

meu corpo n'agua faz curva

gruda a roupa molhada

A gravidade que age

a inércia que ata

a matéria que interage

a pressão que sepulta

tudo enegrece,vira lembrança

corpo mole, sem fôlego e sem esperança

acontece, sem flor nem lágrima

uma despedida sem poesia, sem rima

Lúcio Salustiano
Enviado por Lúcio Salustiano em 01/03/2010
Reeditado em 01/03/2010
Código do texto: T2113302
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