O VIVER
Enfada-me o vento que uiva,
O zéfiro que me faz cócegas com os meus pelos esvoaçantes;
Enfada-me o vislumbrar tétrico das manhãs de sol.
Enfada-me o amor de tão mesquinho que se faz...
De tão imundo que se faz num peito mendigo.
Não há glória e nem paraíso,
Nada há em se vivendo apenas.
O sonho é a vida; a vida é o sonho.
Em cada porta,
Em cada estrada, há apenas o não.
E viver é quebrar esses nãos.
Enfada-me quebrar nãos!