Meu silêncio é sua ausência

Bilhetes e fotos rasgados por todos os cantos da casa vazia.

Vazia já há algum tempo,tempo pouco para tanta ausência agora.

Recordações cortantes não são afiadas o suficiente para que eu corte até sangrar minhas mágoas e envia-las em frascos para seu endereço.

Aquele,o qual já não me lembro sequer o número.

É só poesia meu amor,poesia,talvez nunca tenha sido amor.

Uma forma de se render ao que foi idealizado,mas que não serve em você,não combina com nós dois,mas sim com tudo separado,assim.

Não posso retribuir amores e não pretendo distribuir minhas dores em forma de oração,algumas preces e pedidos de perdão,não.

A diversão pode ser perigosa demais para aqueles que não se importam com as regras e bebem de uma longa dose de comodidade.

Leve tudo o que é seu,me leve,leve eu.

Não quero ficar com nada do nada que já não tenho.

E isso me basta e se basta por si.

Nada termina por completo e no incompleto do que restou está aqui.

Enquanto me sirvo de mais uma dose daquele veneno lento.

A espera de que você apareça me olhando pela janela,sorrindo,chorando,me amando ou odiando,apenas a dor da espera lenta e a necessidade de você.

Uma mente fraca não se recupera sozinha enquanto um coração machucado é apenas uma forma de tentar explicar o vazio.O vazio.

Prefiro não dizer nada,nada além do que já foi dito.

Fica tudo entre nós.

Fica tudo onde o "nós" morreu antes mesmo de começar.

Fica tudo aqui.

No breve silêncio de um ponto final.