A TRISTEZA E EU
De Onde me vem tanta tristeza? Eis a pergunta que me persegue há muito tempo;
A minha infância foi relento e a maturidade pelo que lembro me congela;
Um breve vento às vezes me zela, mas logo me renega perante o desalento;
E quando me vejo por dentro, sinto que um mundo cinzento me leva!
E ele me leva nos braços de uma solidão que não tem piedade;
Na instabilidade que desequilibra meu ego;
Às vezes tento ser cego, querendo negar a verdade;
Brincando de sonho com a realidade, andando sem chão e morando sem teto!
Saudades dos dias e noites em que eu facilmente me iludia;
Pois costumeiramente fugia e nem sempre voltava ao mundo real;
Julgava que era normal correr pro quintal, que do mundo me protegia;
Não pensava que um dia cresceria e maior igualmente se tornaria esse mal!
Hoje constato tudo que ouvi na canção: que uns nascem pra sofrer e outros pra sorrir;
Que o amor uns não quer para si e o encanto a poucos e seletos visita;
Um palhaço equilibrista, num circo sem show para lhe aplaudir;
Assim eu sempre me vi e duvido que um dia de mim a tristeza desista!
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