AMORTE - Amor & Morte
Ando por ruas vazias
Sozinha, porque comigo não quiseste andar
Queria poder transformar em murros
Todas as palavras que escrevi sobre ti
Queria poder transformar em veneno
Todos os beijos que em teus lábios deixei
Queria poder transformar em poeira
Todos os pensamentos que me levavam a ti
Não devia ser assim
Eu podia ter te amado com todo o meu ser
Esse não devia ser o fim
Eu só queria contigo viver
Só queria teus braços aquecendo a mim
Mas pra ti não era assim pra acontecer
Eu podia ter sido uma boa menina
Ter te dado tudo o que eu tinha a oferecer
Cada um dos meus feitiços pra te satisfazer
Mas sabes que te condenaste
No momento em que me abandonaste
A linha da teia era tão fina
Pena que tão cedo a arrebentaste
Se as lágrimas são o que me resta
Para ti tornarei mil vezes pior
Achaste que eu brinquei quando disse “para sempre”?
Não mais irás te livrar de mim
Minha voz estará ecoando em teus ouvidos
Quando estiveres tentando dormir
Meu sangue manchará teus sonhos
Transformados em pesadelos escarlates
Minha vida foi tua de graça
Entreguei sem receio meu coração a ti
Mas o preço do abandono é alto
Em fel tornarei todas as lágrimas que chorei
Teus tormentos virão do meu tempo perdido
Amo profundamente
Mas odeio ainda mais fundo
Fui como um anjo em tuas mãos
E tu quebraste minhas finas asas
Teve meu sangue escorrendo sobre ti
E tudo o que fez foi se limpar
Achas que tudo termina assim?
Ria, meu bem, teu anjo voltará
Tens medo de mim agora?
Teu anjo sublime num lobo tornou
Teu sangue me pintará as mandíbulas
E os lábios que um dia beijaram os teus
Tens medo de mim agora?
Teu anjo sublime há muito voou
E, sem asas, não voltará jamais
Esperei longo tempo que tu voltasses
Acreditei que minhas feridas tu tratarias
Não quis ser má tão cedo assim
Depositei em ti a última gota de esperança
A gota que tu secaste sem dó
Deixando-me no deserto dos rejeitados
Ah, se tu apenas soubesses
Um fragmento do que se passa em meu coração
Eu nunca quis te odiar
Mas se tu me obrigaste a tal
Cumprirei com excelência meu papel
Tenha certeza, meu amor
Que cada palavra doce hoje pinga ironia
Teu anjo voou há muito tempo atrás
Não, não tentes te explicar
Não, não fiques de joelhos
Não quero mais rir na tua frente
Já te disse o quanto és patético
Tentando consertar um cristal
Que tu mesmo pisoteaste?
É tarde para palavras
É tarde para promessas
Teu anjo morreu e foste tu que mataste
O que mais podes querer de mim?
Quanto te dei tudo que tinha
Saiba que muito mais te posso tirar
E é o meu poder que teus dias
Vai para sempre atormentar
Sinto teu sangue em minhas mãos...
Sabias que também sei odiar?
E se tu me obrigaste a tal
Cumprirei com excelência meu papel