DEVASTAÇÃO
‘A mata fechada.
Vã oferenda de vida
Ao homem cruel.’
Que a ela se assanha
Como animal feroz
Vilipendia suas entranhas
Rasga sua seiva
Machado e motosserra
Sangram a terra
Não satisfeito
Enfia o punhal no peito
E queima sem piedade
Argumenta que é pra plantar
Ou pastagens criar
Mas a natureza tudo espreita
E logo virá se vingar
Trazendo junto à seca
E a morte onde a vida pulsava
Até quando o homem
Se auto-destruirá?
Qual o preço a pagar...
O que restará pra viver
Dizimadas as espécies
Da rica biodiversidade.
Rios de lágrimas...
Não nos salvarão
Quando tudo virar deserto
Só um mar de tristezas a navegar...
Hildebrando Menezes