Ah, se eu te visse!
"Foi a última vez que eu vi Teresa!"
(Castro Alves)
Da vez primeira em que fitei teu rosto,
Pálido e puro como a lua virgem.
Tremi plangente e me prostrei nervoso,
Desfalecendo doido na vertigem...
Imaculada - era a visão augusta!
Um anjo loiro das igrejas santas.
Aliviava meu viver e a busca,
Pois, carregava tantas dores, tantas!
Ah, se te visse à desfilar na valsa,
De pés ligeiros, com sorriso aberto.
Ah, se te visse a navegar na balsa,
Seria a onda a lhe bramir tão perto.
Ah, se te visse no voar das aves,
Cantarolando e consagrando os deuses.
Ah, e se de longe então tu me acenasses,
Seria a lágrima dos teus adeuses...
Como sou doido! O mundo à solidão,
Em dissabores só vivi quimera!
E neste sonho sem recordação,
Trago em meu seio o beijo - quem me dera...