Dores a findar-lhe
DORES A FINDAR-LHE
Quando as coisas caminham ao desfecho
São sombreadas pelo medo e pela inconstância
Rodeadas por todas as incertezas
Da própria existência sem inocentes
A insensatez que se faz por nós mesmos
Encontra no interior
|Cheio de constantes chuvas e ventos
que derrubam o pobre casebre de sonhos|
O local ideal para plantar
As dores que seguem
Sem poder ser extraídas
|Fixam-se de tal forma, a consumir
toda a fortaleza e irremediavelmente
conduzir-nos à nudez|
São elas negligenciadas
Por medo de conhecê-las
E assim sendo,
São guardadas na própria carcaça
|Que não passa de carne putrefata|
Para lembrar-nos que
Disso somos feitos.