INCERTEZA
Revolvo-me na cama
perdida na noite fria,
premida por pensamentos confusos,
enervantes,
que me fazem querer chorar
e tentar deter as lágrimas
para não demonstrar
a ninguém
minha incerteza.
Busco teu corpo amado
no mais íntimo do meu ser,
tento reter passagens
concretas
para apagar os fantasmas
da solidão
que já se fazem imensos,
abrangendo minha noite
e espantando sono.
Perco-me em conjecturas,
acendo outro cigarro
na tentativa
de ocupar as mãos
que se estendem
e te buscam na distância,
como se fosse possível
te tocar
na escuridão.