O MENINO E A QUIMERA

Não espere por mim

Poupe seu tempo

Não vista seu velho olhar de sedução

Armas ultrapassadas só funcionam como piada

a quem já se acostumou com a dor que podem causar

Não finja esquecer a porta aberta

Não diga que foi sem querer

São sempre as mesmas ameaças

Escondidas em novas palavras

Farpas tão inocentes...

Que às vezes o coração as acolhe por querer

Quando os meninos crescem?

Será que são como os pássaros?

Será que a grande queda lá do alto do penhasco

Os faz subir aos céus

Eu me joguei porta a fora

E me obrigo a cada dia a não voltar

Eu não sei se é por razão ou por orgulho

Entre todos os caminhos... e esse que desconheço

Prefiro me atirar em duvidas a fraquejar

Guarde seu veneno e esqueça a morte

Tenha essa como à única certeza que você jamais poderá evitar

Eu não vou voltar

Otávio Otto
Enviado por Otávio Otto em 31/01/2010
Reeditado em 03/04/2018
Código do texto: T2060915
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