Adeus sereia...

No mar mais profundo brilhava
uma anêmona
que estendia seus tentáculos
para
captar seu
plâncton diário...

Ela era muito bonita...
e tinha um tom lilás...
e naquela corrente fria
ela bailava solitária.

No entanto, escondia  em
sua beleza
um veneno pronto a ser
administrado
em qualquer ser
que mesmo levemente a
tocasse.

E então percebi que há
pessoas
muito parecidas
a anêmonas,
porque elas podem te
envenenar
quando te atraem
com a sua beleza...e
em nada
diferente de uma sereia que
no mar
canta atraindo  os marujos
para levá-los ao fundo do mar.

Mas aqui na  terra há sereias
também...especializadas
em  te
levar ao fundo do poço.

Assim...não cante sereia...
por mais
bela que sejas.
Nao cante para mim, porque
você 
só quer mesmo
é que eu caia  no vazio,
e que me sinta inerme como
uma
folha abandonada.

Sereia ...eu não quero mais
te ver...
nesse teu canto lúgubre,
porque  te conheço,
e sei o que você quer de mim.
Eu sei....você quer devorar
a minha alma,
e queimar, como a anêmona
faz,
todas as minhas esperanças
de que você seja
uma maravilha da natureza..

Não...você é uma sereia sem
educação..
acostumada no agreste
de tuas rochas pontiagudas e
em busca de almas
para depois devorá-las sem piedade.

Você anêmona-sereia... você queima
e envenena
meu coração. Crê que eu seja teu
marujo
para fazer de mim  apenas picuinhas.

Hum...sereia...você se enganou,
pois  nem te amo mais.
Nesse teu lindo  mar você virou
para mim apenas uma estátua de sal.
Hirta...
em meus olhos
cansados de ti.

Liberto de  tua possessão
e de tua indiferença,
eu apenas te peço que
não cantes mais.
Eu cansei de ti , sereia.
Teu canto emudeceu
minha alma,
nesse teu mar de abrolhos
Adeus bela sereia...


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Autor: Cássio Seagull
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Poesia que fiz em 30-01-10 às 21 h em SP
Lua cheia (1º dia) – sol e chuvoso -  27 graus
Beijos e abraços para você... Bom domingo...
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