INDIFERENÇA
Sinto a indiferença que aumenta
Na lúgubre lúcida frieza
adornada com a improvável sutileza,
onda que arrebenta
no implacável rochedo,
muralha para meu inconfesso medo,
gravito no espaço
como folha seca, morta,
rodopiando na esquadra dos ventos,
espalho nos oceanos
os mares dos meus lamentos,
tirando o chão, abrindo comporta
da desilusão ...
Refaço a linha, mudo os planos;
A indiferença é bala de prata,
ponta de faca cruel,
rasga a carne, sangra, mata,
afogando a alma num rio de fel.
ANDRADE JORGE
13/06/07