Esse é meu último poema
Perdoai amor
Mas esse é meu último poema
Não que não valha a pena
Não que não sejas suprema...
Mas poema não farei jamais
Perdoai amor
Se ao escorrer seus olhos fiques surpresa
Mas me mata a alma a cada poema
Bate-me angústia, solidão e incerteza
Você tão distante, não me convida, não acaricias...
E você não vem... sinto-me incapaz
Perdoai amor
Mas esse é meu último poema
A cada verso o peito sangra impurezas...
Espero-te a cada dia como uma videira
Que das uvas lhe trazem a beleza
Adocicada pelos frutos dos canaviais
Perdoai amor
Mas esse é meu último poema
Entretanto serás minha eterna princesa
Mesmo que a noite não me traga as estrelas
Mesmo que o senhor destino me esqueça
Mesmo que eu não sinta os seus muitos “ais”
Perdoai amor
Mas esse é meu último poema
O mar esmaeceu meu castelo de areia
Arrastou-me sonhos, levando minha sereia
E ai de mim... Fiquei sem eira nem beira...
E das minhas incertezas... Poemas não farei jamais