UNHA E CARNE

Já tivemos dias inteiros de conversas...

Lembra-te?

E um infinito tempo de abraços e beijos.

Quantos desejos!

Eram todos saciados.

Gostávamos de ficar bem grudados.

Como unha e carne vivíamos.

Dizíamos.

Nada vai nos separar.

Formávamos um circuito fechado.

E foi quebrado.

Tu? Eu?

Vamos culpar a vida pela dor da ferida?

Aconteceu.

O amor morreu?

Tem dias em que me transfiro para o passado.

Para tentar entender o que se passou entre nós.

Tem dias em que eu volto para aquele tempo distante.

Vou sem medo e sem armas.

A guerra acabou.

Vou lá simplesmente visitar o que nas lembranças restou.

E custa-me voltar e aceitar que nossa história terminou.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 22/01/2010
Reeditado em 14/04/2011
Código do texto: T2044655
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