VALA COMUM

VALA COMUM

Paulo Gondim

20/01/2010

Eu tento não me decepcionar

Mas vejo que é impossível

Desvio-me da realidade, arrisco um sonho

Busco acreditar na bondade humana

Talvez por pura inocência

O importante é o hoje. Não há futuro...

Como abrir mão de tanto consumo?

A felicidade tão efêmera se resume num cartão

Na porta do shopping, numa vitrine...

Valores e virtudes desapareceram

Família, amizades não contam mais

Primeiro, o falso conforto

Um telefone novo, uma roupa que nem se usa...

Aos poucos, se mergulha na solidão...

Os desejos são tantos, como são fúteis

Primeiro o “EU”, não há espaço para o todo

O egocentrismo virou religião

Acho que estou ficando velho

Pois não consigo entender tanta pressa

A vida não antecipa fatos, nem motivos

Ela corre lenta e nunca se estressa

Por isso, tento não me enganar

Com a falsidade de tanta oferta

E vejo em minha volta tanto vazio

Tanta mágoa, tanta solidão

Acabo na vala comum

Com a falta de paz e de compaixão.

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 20/01/2010
Código do texto: T2041780
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