Se não fosse poeta

Eu ainda que dos deslizes poéticos

na ilusão do dito amor sentido

nos escrombros d'alma em noites alheias

vôo sobre ti pelas nuvens tão suas

Sob o mar repouso em teus olhos

e o peiro repassa o compasso do amor

pouso dos ares, inseguros pensamentos

das paixões estupidas, lições infantis

e o dia amanhece...

alheio também!

eu ainda que fosse teu poeta de mentira

teu riso perdido descrevesse outrora

perpetuasse um livro em teu louvor

e de vossa alma sentisse compaixão

de vosso poço de desejo, desejasse

a cor azul do amor proibido

a morte que nos deixa ancião

o romance nos lábios esquecidos

a flor dos anos que a tristesa nos legou

o tal amor impresso no papel...

eu ainda que não fosse poeta

que não soubesse amar verdadeiramente

que pela vida passasse com chuva à ribeira

e não tivesse do amor sequelas

por ti não vivesse um minuto sequer

uma vida de tantos sentimentos

poeta eu não seria!!! outra coisa não queria ser!!!

Silva Neto
Enviado por Silva Neto em 28/07/2006
Reeditado em 30/07/2006
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