TUA COLHEITA
Pensei então na minha inocência
Acreditando mesmo com toda a prudência
Que eras o que realmente mostravas
Apenas não percebi que não te importavas
Que ninguém te servia, somente tu importava
Brincavas com a vida, com todos jogava
Então eu, um mero observador
Olhava ao redor e ficava a te ver espalhar a dor
O sofrimento que deixavas, o mal que fazias
Nada te importava, continuavas, assim querias
Que bom que estás sozinha, hoje és andarilha
Nada mais tens, plantastes o ódio, semeias na vida
Os sentimentos de desprezo, dó, desinteresse e esquecimento
Jamais serás lembrada com carinho, respeito, jamais serás feliz
Apenas lembrarás por todo o tempo
Que nada realizastes, nada fizestes e hoje, infeliz
Procuras alguém a quem possas culpar
Esquecestes que tudo querias, no entanto, jamais
Fizestes por merecer ou ter e hoje nada tens, nada vives
Nem mesmo um gesto de carinho, um simples olhar
Assim estás sozinha e nada, nada mais
Restou de ti, colhestes o que plantastes, agora pises
Continues assim e, quando tua desdita não conseguires
Guardar somente contigo, grites
Verás o tempo perdido, o tempo que desperdiçou
O quanto se enganou, o tempo que não amou
Então será tarde, perdestes a vida e o tempo de amar