TUA COLHEITA

Pensei então na minha inocência

Acreditando mesmo com toda a prudência

Que eras o que realmente mostravas

Apenas não percebi que não te importavas

Que ninguém te servia, somente tu importava

Brincavas com a vida, com todos jogava

Então eu, um mero observador

Olhava ao redor e ficava a te ver espalhar a dor

O sofrimento que deixavas, o mal que fazias

Nada te importava, continuavas, assim querias

Que bom que estás sozinha, hoje és andarilha

Nada mais tens, plantastes o ódio, semeias na vida

Os sentimentos de desprezo, dó, desinteresse e esquecimento

Jamais serás lembrada com carinho, respeito, jamais serás feliz

Apenas lembrarás por todo o tempo

Que nada realizastes, nada fizestes e hoje, infeliz

Procuras alguém a quem possas culpar

Esquecestes que tudo querias, no entanto, jamais

Fizestes por merecer ou ter e hoje nada tens, nada vives

Nem mesmo um gesto de carinho, um simples olhar

Assim estás sozinha e nada, nada mais

Restou de ti, colhestes o que plantastes, agora pises

Continues assim e, quando tua desdita não conseguires

Guardar somente contigo, grites

Verás o tempo perdido, o tempo que desperdiçou

O quanto se enganou, o tempo que não amou

Então será tarde, perdestes a vida e o tempo de amar

BCFerr
Enviado por BCFerr em 19/01/2010
Código do texto: T2038309
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