Adeus à teia
A voz serena do outro lado da linha
Cuspiu palavras que escorreram em meu ouvido
Molharam a alma que vagava sozinha
Por entre o espírito que não provoca mais ruído
O silêncio que veio me torturar
E engraçado que esse silêncio podia falar
Dizia que estive sempre a me enganar
Pensando que as barreiras em pontes poderiam se transformar
Num vale sem respostas andei
E sempre na penumbra procurando
Mas somente a sombra de outra encontrei
E ainda os cacos de mim estou desenterrando
Mais velha e sem barreiras
Um encanto que nunca saberei de onde veio
Eu que era empecilho em suas fronteiras
Mas nunca me deixou desenganada em devaneio
Agora estou a decretar
Que nessa teia de ilusões não irei mais me atirar
Onde sempre o que sobra fica a me torturar
A agulha que em mim escreve que este foi o último ponto final rasgado com meu sangue a assinar.