Saindo da escuridão...
Maria Antônia Canavezi Scarpa
O desejo vem combativo e forte
às vezes nem tão sóbrio, se abre guerreiro
sob a influência indolente e matizada
das noites frias, quando dois amantes
desprendem-se das vergonhas
e atrevidos roçam os lábios e o corpo
sem medir consciência, apenas o clima
Uma mundo de tentáculos, se soltam
tangendo a pele, com a boca ávida e escarlate
saídos de um invólucro noturnal
para ferinos fundirem-se nas carnes alvas e macias
se alimentando das lavas que explodem súbitas
selvagens , pulsantes no torpor da paixão,
onde tudo é originalmente lúdico
Ele ruge, recluso, tem uma fêmea noctívaga
descarada e fria, vagando cheia de luxúria
nas profundezas abissais, onde não há
nenhuma pedra lampejando
nem mesmo um único reflexo da lua
violando tanta lascívia e sofreguidão
O delírio faz com que os corpos se moldem
saindo da escuridão saciados, vibram a vida,
se levantam ondulantes, saciados e bêbados,
borrando a miragem indolente,
caminham despidos para a aurora
branca e ardente resplandece em dia