Saindo da escuridão...

Maria Antônia Canavezi Scarpa

O desejo vem combativo e forte

às vezes nem tão sóbrio, se abre guerreiro

sob a influência indolente e matizada

das noites frias, quando dois amantes

desprendem-se das vergonhas

e atrevidos roçam os lábios e o corpo

sem medir consciência, apenas o clima

Uma mundo de tentáculos, se soltam

tangendo a pele, com a boca ávida e escarlate

saídos de um invólucro noturnal

para ferinos fundirem-se nas carnes alvas e macias

se alimentando das lavas que explodem súbitas

selvagens , pulsantes no torpor da paixão,

onde tudo é originalmente lúdico

Ele ruge, recluso, tem uma fêmea noctívaga

descarada e fria, vagando cheia de luxúria

nas profundezas abissais, onde não há

nenhuma pedra lampejando

nem mesmo um único reflexo da lua

violando tanta lascívia e sofreguidão

O delírio faz com que os corpos se moldem

saindo da escuridão saciados, vibram a vida,

se levantam ondulantes, saciados e bêbados,

borrando a miragem indolente,

caminham despidos para a aurora

branca e ardente resplandece em dia

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 11/01/2010
Código do texto: T2024150
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