DESCANSA TUA PENA

DESCANSA TUA PENA

tu,

poeta,

que cantas

figuras do vivo

com vivas à natureza

e do místico abstrato

fazes tua canção,

descansa tua pena

e espalma a mão vazia

é pena,

mas teu canto

não produz mais eco

entre as paredes de pedra

da clausura do tum tum tum

em altíssimos decibéis

do homem eletrônico

deste tempo

ele substituiu neurônios e arte

por placas e transistores

que nada sentem

e não percebem tua poesia

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 10/01/2010
Reeditado em 11/01/2010
Código do texto: T2022271
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.