DESCANSA TUA PENA
DESCANSA TUA PENA
tu,
poeta,
que cantas
figuras do vivo
com vivas à natureza
e do místico abstrato
fazes tua canção,
descansa tua pena
e espalma a mão vazia
é pena,
mas teu canto
não produz mais eco
entre as paredes de pedra
da clausura do tum tum tum
em altíssimos decibéis
do homem eletrônico
deste tempo
ele substituiu neurônios e arte
por placas e transistores
que nada sentem
e não percebem tua poesia