FLORES MORTAS
Ando sobre flores mortas.
Meus passos áridos
Deixam secos os rastros desenhados,
Neste solo deserto.
E, do caminho que tracei,
Estende-se ao longo dos dias.
No decorrer deste caminho,
Chuvas ácidas inundam meus pensamentos.
À margem desta estrada,
Paisagens mortas
Enfeitam, ao mesmo tempo, que me assombram.
O que pensei ter deixado no inicio dessa estrada,
Carrego em silencio por léguas,
Sem lugar para repousar.
Minhas noites são os dias mais sombrios.
Sua vegetação cinza,
Refletem as cores de minha partida.
Ando sobre flores mortas...
Esse odor fétido que invade meu lar.
Deitado sobre pétalas apodrecidas.
Jaz meu corpo.
Camuflam minha estrada,
Minha perda maior foi a vida.
Minha certeza – eu jamais vou voltar.
Osvaldo Rocha