Ode ao fim
Amarga é a espera do nada.
Quando todos os sentidos são compreensivamente vazios
Nenhuma das curvas conduz a algum lugar real
E as únicas impressões são as de um entontecedor ciclo.
Por mais insistente que seja um lampejo de esperança
Esvai-se tudo,
E a nuvem negra volta a nublar a vista.
No cúmulo da inconsciência
Ou no clímax da lucidez
Um clamor pelo rompimento
Faz-se único norte.
A desinteressante jornada perfaz-se por entre sombras
De mentes e sentimentos turvos.
Nem mesmo a luz do solstício
Tem suficiente poder
E o frio permanece inebriante
E a essência efêmera dos instantes aprisiona o sopro pequeno
Numa consumação infinita
Predestinado ao eterno vale de sombras.
O doce clamor ainda ecoa...