Ode ao fim

Amarga é a espera do nada.

Quando todos os sentidos são compreensivamente vazios

Nenhuma das curvas conduz a algum lugar real

E as únicas impressões são as de um entontecedor ciclo.

Por mais insistente que seja um lampejo de esperança

Esvai-se tudo,

E a nuvem negra volta a nublar a vista.

No cúmulo da inconsciência

Ou no clímax da lucidez

Um clamor pelo rompimento

Faz-se único norte.

A desinteressante jornada perfaz-se por entre sombras

De mentes e sentimentos turvos.

Nem mesmo a luz do solstício

Tem suficiente poder

E o frio permanece inebriante

E a essência efêmera dos instantes aprisiona o sopro pequeno

Numa consumação infinita

Predestinado ao eterno vale de sombras.

O doce clamor ainda ecoa...

Lancelote
Enviado por Lancelote em 25/12/2009
Código do texto: T1994786
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